☼ A 2ª GUERRA E PONTA NEGRA

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, em 1941, Natal passa a ser base aliada estratégica por ser a cidade da América mais próxima da África e da Europa. A cidade se transformou e a ocupação dos soldados norte-americanos trouxe consequências sociais, econômicas e culturais. Só para se ter uma ideia da situação, imagine Natal nos anos 1940, com cerca de 60 mil habitantes, recebendo mais de 20 mil soldados norte-americanos durante a Segunda Guerra? 

O estilo de vida dos natalenses foi influenciado diretamente pelos costumes norte-americanos. Dizem, inclusive, que foi por aqui que a máquina de chopp, o chiclete e o fliperama desembarcaram no Brasil. E em Ponta Negra não foi diferente: a chegada dos yankees provocou grandes mudanças na história do povoado e algumas manias, como jogar baralho apostando dinheiro, foram combatidas pela polícia e pela Igreja Católica - representada pelo pároco da comunidade Padre Eugênio Sales, hoje arcebispo emérito do Rio de Janeiro.

O acesso a comunidade por estradas, que antes da Guerra não existiam, também sofreu modificações. A estrada de Ponta Negra foi aberta, e como era de se esperar, a área ganhou valor de mercadoria, e várias famílias de Natal se apropriaram de grandes lotes de terra na beira da praia para construir suas casas de veraneio. A princípio, os moradores do povoado viam essa movimentação com bons olhos porque eles começaram a ter mais opções de trabalho (trabalhos domésticos, construção civil, artesanatos, etc.), no entanto, e essa apropriação serviu de alerta para os moradores quando Fernando Perdroza, buscando uma desculpa para começar uma negociação com os moradores da Vila, começou a mostrar essa apropriação como uma ameaça às terras agricultáveis.

Lois Garda escutou depoimentos reveladores durante sua pesquisa:

“Bom, primeiro eu estava interessada nas barracas e nas mulheres. Mas quando eu cheguei aqui, eu vi que realmente a história da Vila é a história da maioria do povo que morava no interior do Brasil que foi expulso para cidade. A diferença é que aqui eles não foram expulsos, a cidade mudou para cá. Então eles conseguiram manter a família e manter os laços de amizade de família e etc., que uma pessoa retirante do interior, normalmente não tem esses vínculos tão grandes de famílias assistentes. Eu acho que isso ajudou ao povo que originalmente morava na Vila a sair melhor do que a maioria das pessoas que tiveram esse percurso. E durante esse tempo eu fui vendo e soube que teve uma briga pelas terras em Ponta Negra e vi que essa era a história.” (O trecho é um depoimento de Lois durante entrevista concedida à equipe do Rádio Documentário Vozes da Vila, em setembro/2010.)

O roçado que brotou foguete

A antropóloga Lois Martin Garda chegou para morar na Vila em 1978 com sua família e foi uma das primeiras estrangeiras a fixar em Ponta Negra. Em seu estudo, no Capítulo 3 A perda das terras de Ponta Negra e suas representações, ela mostra em sua tese, quatro versões distintas para a disputa que marcou profundamente o rumo do povoado de Ponta Negra: uma foi do beneficiário da expropriação, Fernando Pedroza e as outras três foram de moradores da Vila que participaram ativamente da disputa.

Segundo o depoimento de um dos moradores, o avô de Fernando Pedroza tinha uma relação de compadrio com muitos moradores de Ponta Negra e comprava terras nesse local só para ajudar os compadres, contudo, no ato da “compra” ele fazia um “recibozinho” mas nunca tentou afirmar seu direito sobre as terras. 

Por volta de 1949, seu neto Fernando, chegou a Vila com esses recibos e uma garrafa de cachaça Olho d’Água, entrou na bodega e juntou os homens mais velhos para uma conversa. Conversou muito sobre a bondade de seu avô e falou sobre o perigo dos “tubarões da boca grande” (assim ele se referia aos veranistas) que estavam loteando a beira da praia. 

Após muita conversa e cachaça convenceu-os de que precisavam da proteção de uma família poderosa e que deveriam assinar um documento provando não só a validez de seus recibos, como também seu direito sobre as terras que o povo de Ponta Negra trabalhava. Quando os mais jovens souberam do acontecido os ares na comunidade ficaram tenso e em 1955 - final do mandato de governador do Estado de Sílvio Pedroza (irmão de Fernando) – começaram a contestar seu direito a terra. Em 1957, Fernando fez a medição das terras e deu ordem aos capangas para expulsar qualquer pessoa que entrasse no mato de Ponta Negra. Crianças, mulheres e os homens que trabalhavam na roça ou faziam carvão foram agredidos. Foi nesse ano, também, que ele doou a área da Vila (cerca de 65 há) à Arquidiocese de Natal.

Inconformados com a não legitimidade da posse de Fernando, os moradores se organizavam e tiravam as cercas. Garda conta um episódio muito interessante: um grupo de moradores saiu armado com facas e foice, para combater pelos roçados, passou pelo carro do Padre Eugênio Salles que tentou dissuadi-los e não conseguindo deu meia volta e foi chamar a polícia. Nessa época, a preocupação da comunidade se resumia em ter acesso ao mar e a garantia de espaço para o roçado. Diante da pressão e da “conversa bonita”, alguns moradores ficaram acuados e fizeram um acordo com Pedroza para não perder tudo. Outros continuaram a lutar por seu direito de trabalhar nas terras de Ponta Negra. O jornal Tribuna do norte noticiou a disputa no dia 30 de abril de 1957:

“Pescadores de Ponta Negra visitaram a redação da Tribuna do Norte para reclamar a passagem das escrituras que tinham no 1º Cartório ao nome de Fernando Pedroza... Reclamavam que não podiam sobreviver no inverno sem a roça...” (Tribuna do Norte: 30/04/1957, pag. 4, APUD GARDA.)

O movimento continuou recebendo repressão por parte da Igreja, da Polícia e do Mercado imobiliário e alguns anos depois, com o Golpe Militar de 1964, a Aeronáutica deu o “xeque-mate” da disputa. Fernando Pedroza recebeu uma convocação urgente do Ministro da Aeronáutica e foi informado que Ponta Negra tinha sido escolhida, por oferecer melhores condições, para receber a construção de um Centro de Lançamento de Foguetes financiado pela NASA e que deveria ceder parte de “suas” terras. Sem levar em consideração o histórico das terras a Aeronáutica, em 1965, construiu nessas terras a primeira base de lançamentos de foguetes do Brasil, conhecida como Barreira do Inferno. Os moradores não puderam mais resistir às forças armadas federais e abandonaram definitivamente os roçados.

Segundo Lois Garda, Pedroza nunca conseguiu consolidar a posse dessas terras, mas o fato é que, depois desse episódio, os moradores da Vila nunca mais conseguiram restabelecer o equilíbrio econômico e social. Maria Helena Correia dos Prazeres, nativa com 67 anos de idade conta que seu pai adoeceu após ter perdido o roçado. As mulheres não podiam mais pegar frutas no “mato” e a maioria delas foi cuidar de barracas (vendiam comida e bebida) na beira da praia, aproveitando o aumento no fluxo de freqüentadores e os homens foram vender sua mão-de-obra no centro da cidade ou na construção civil. Vale salientar que a maioria dessas pessoas só tinha concluído os primeiros anos de escola.

Lois Garda conclui o Capítulo 3 de sua tese dizendo que é muito difícil precisar com base nos dados colhidos, o que realmente aconteceu durante os longos anos de disputa, mas que não podemos ignorar a violência dessa expropriação ou das mudanças socioeconômicas que ela desencadeou.

Assim a Vila de Ponta Negra passou de reduto agrícola à periferia urbana e atualmente enfrenta graves problemas econômicos e sociais, além do preconceito social visível nas páginas dos jornais da cidade, que ignora os mais de 300 anos de histórias e tradições do núcleo que povoou um dos bairros mais importantes para a atividade turística em Natal-RN.

Continua....

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☼ UMA BREVE HISTÓRIA DA VILA

Você conhece a história de Ponta Negra?

Por ser moradores, sabíamos uns pedaços de história escutadas na escola e outras ouvidas por alguns moradores. Depois de três meses respirando a vida do bairro e escutando as várias vozes que nele vivem pudemos fazer um apanhado de informações interessantíssimas.

E como conhecimento nunca é demais e também não ocupa espaço, decidimos compartilhar essa rica história baseada nas memórias dos nativos e moradores que tanto amam esse bairro.

Uma das primeiras referências históricas a Ponta Negra é a descrição do desembarque, em 8 de dezembro de 1633, de tropas holandesas. Alguns registros de 1877 falam de uma casa de oração no povoado e de uma escola católica pública exclusiva para meninos. O primeiro nome da localidade foi Cabo de São Roque, depois passou a se chamar Ponta Preta, isso graças à quantidade de pedras pretas vistas de cima da estrada mas depois, Ponta Negra caiu no gosto popular. 

Os registros escritos sobre a história de Ponta Negra são escassos e, para fazer escrever esse capítulo, tomamos como ponto de partida os anos 1940, pois o texto que utilizamos como referencial histórico para analisar a comunidade, retoma seu cotidiano e seus laços familiares a partir dessa década. O texto em questão é: A Família e Mudança Social, tese de Mestrado da antropóloga norte-americana Martin Lois Garda, defendida em 1983, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O Início

Bem antes de ser ponto turístico da Cidade do Sol, Ponta Negra era um povoado de agricultores e pescadores, vivendo independente do centro da cidade e cercado de dunas cobertas pela vegetação nativa de tabuleiro costeiro e um extenso mar azul de águas mornas e calmas. Um verdadeiro paraíso!

A população era praticamente auto-suficiente no que diz respeito à alimentação, pois tudo era produzido dentro do território da comunidade. As tarefas diárias (o trabalho) eram assim divididas: os homens praticavam a pesca artesanal, a agricultura de subsistência plantando milho, feijão, mandioca entre outros e produziam carvão. As mulheres produziam renda de bilro e colhiam frutas da estação no Tabuleiro Costeiro para vender no centro da cidade e também cuidavam dos afazeres domésticos e dos filhos. Três casas de farinha concentravam a produção, reunindo famílias em cantigas, danças e cooperativismo.

O desenvolvimento urbano desse povoado teve início na década de 1940, mas sua primeira grande transformação social e econômica aconteceu após quase 20 anos de disputa pelas terras agricultáveis entre os nativos e Fernando Pedroza - corretor imobiliário com grande influência política no Estado e cuja família já criava algumas cabeças de gado nas terras de Ponta Negra.

Para que possamos compreender o porquê dessa disputa é necessário abrir um parêntese e contextualizar um período histórico da cidade do Natal que teve relação direta com essa luta.

Aguarde o próximo post...

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☼ PONTA NEGRA: A VILA COMO ELA É

A história e o universo sociocultural da Vila de Ponta Negra serão mostrados para todo o Brasil no radiocumentário “Vozes da Vila”.

Dona Helena é uma das rendeiras da comunidade.

O Brasil vai conhecer a Vila de Ponta Negra. A Vila como ela é, mostrada pela própria comunidade. O radiodocumentário “Vozes da Vila”, único projeto do Rio Grande do Norte selecionado no I Concurso de Fomento à Produção de Programas Radiofônicos - Prêmio Roquete-Pinto, desvenda, em doze episódios, o universo sociocultural do lugar e resgata os pormenores de sua história, desde quando a comunidade era isolada de Natal e auto-suficiente até os dias de hoje.

Em fase de finalização, com previsão de ser concluído até o final de outubro e enviado à Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub) para veiculação em suas rádios associadas provavelmente ainda neste ano, o documentário é um retrato, ou melhor, um registro sonoro fiel da Vila.

O jornalista Yuno Silva e as estudantes de Radialismo da UFRN Joanisa Prates e Ana Ferreira estão à frente da equipe que trabalha no documentário. Eles entrevistaram mais de 50 moradores da Vila de Ponta Negra. Gente como dona Guiomar, de 90 anos, uma das primeiras professoras da comunidade, e Gilberto, pescador de 51 anos que todos lá conhecem como “Seu Boneca”.

Dona Guiomar, uma das primeiras professoras da Vila, ao lado do neto Michel

Além da pesca e educação, o documentário fala, entre outros assuntos, de gastronomia, religião, lendas, festejos, turismo, urbanismo, meio ambiente e, claro, de cultura popular, tema ao qual são dedicados dois episódios, o que se justifica pelo fato de a Vila de Ponta Negra ser um celeiro de cultura e tradições, representadas por grupos de danças tradicionais, pelo trabalho manual (renda de bilro, principalmente) e pesca artesanal.

Mas todas essas tradições, segundo os artistas populares, rendeiras e pescadores, estão ameaçadas. “Seu Boneca” deu um depoimento dizendo que daqui a 15 anos a pescaria na Vila vai se acabar. O pescador fala que as gerações mais novas não se interessam pela pesca. O mesmo ocorre com a renda e com as danças.

“Atualmente, Ponta Negra concentra os principais investimentos imobiliários e turísticos de Natal e, dentro desse contexto, a cultura e a essência da Vila estão caindo no esquecimento dos natalense e dos próprios moradores do bairro. A maioria dos turistas não entra em contato com esse rico manancial de tradições, manifestações da cultura popular e atividades artesanais, e as novas gerações estão perdendo o interesse em perpetuar essas tradições devido à constante desvalorização de sua identidade cultural”, diz Yuno Silva.

De acordo com os relatos, a Vila de Ponta Negra era um conglomerado agrícola e familiar isolado de Natal e auto-suficiente até o início da década de 60, quando o governo vigente se apossou das terras e destruiu as plantações. A Vila assistiu de camarote sua primeira grande transformação com a mudança no meio de subsistência.

Equipe do radiodocumentário entrevista Antônio Leal, antigo morador da Vila

“Existem relatos atestando que moradores chegaram a adoecer, e mesmo a morrer, pelo desgosto de ver sua terra ameaçada e destruída”, diz Yuno, que identificou nas entrevistas feitas para o radiocumentário um povo cheio de nostalgia e preocupado com os tempos de hoje, em que a Vila, desassistida pelo poder público, sucumbe aos poucos à violência associada ao consumo e venda de crack - problema contra o qual os movimentos sociais vêm lutando sozinhos.

Seleção e veiculação

O projeto “Vozes da Vila” foi inscrito pela Universitária FM/Funpec no I Concurso de Fomento à Produção de Programas Radiofônicos - Prêmio Roquette-Pinto. Realizado pela Arpub (Associação das Rádios Públicas do Brasil), com patrocínio da Petrobras e do Ministério da Cultura, o Prêmio selecionou 40 propostas de todo o Brasil, sendo 13 radiodocumentários, dez radiodramaturgias, dez programas infanto-juvenis e sete programas do gênero radioarte. Do Rio Grande do Norte, o “Vozes da Vila” foi o único contemplado. Os 12 episódios do radiodocumentário potiguar, de 30 minutos cada, serão veiculados para todo o Brasil por meio das rádios associadas à Arpub.

EPISÓDIOS

Era uma voz na Vila... – introdução e apresentação, histórico, dados e estatísticas, contextualização e atualidades;

Homens ao mar – pescadores, surfistas, início da relação comunidade x mar, atividade comercial e fatos históricos;

Sabores da Vila – os quitutes que resistiram ao tempo, os primórdios da comunidade em torno das casas de farinha, especialidades culinárias, o contexto atual com a altíssima gastronomia mundial;

Cultura popular (parte 1) – origem, presente e futuro das manifestações culturais, a resistência dos grupos e a nova geração;

Cultura Popular (parte 2) – detalhes sobre cada um dos grupos: Bambelô, Congos de Calçola, Boi de Reis, Coco de Roda, Pastoril e Lapinha;

Lendas e histórias – o lobisomem, as lendas da comunidade contadas pelos mestres da cultura popular, histórias de pescador e personagens da Vila;

Arquitetura e meio ambiente – o potencial turístico, a beleza natural exuberante, a especulação imobiliária, degradação ambiental, poluição do mar, falta de saneamento, crescimento urbano desordenado e abismo social;

Artes da Vila – as rendeiras, atividades artísticas e culturais desenvolvidas no bairro: circo, teatro, dança, música, ponto de cultura, cineclube;

Vila de todos os credos – a hospedagem do Papa João Paulo II, igrejas católicas, evangélicas, terreiros de candomblé, centros espíritas e reuniões budistas;

Turismo e paisagem natural – a ocupação irregular do solo, a verticalização radical do bairro, os zoneamentos de áreas de interesses específicos, a complexidade urbana, a falta de espaços públicos de lazer e o ecossistema social;

Movimentos sociais – projetos de amparo social, presença de instituições públicas e/ou privadas no bairro, atuação de ONGs, movimentos populares, voluntários, necessidades, novas iniciativas e projetos de segurança pública;

Educação – televisão pública na praça, fofoca comunitária, as primeiras escolas, os primeiros professores, o Patronato (internato católico), interação da Vila com Natal antes das construções de estradas.

FICHA TÉCNICA

Direção, pesquisa e produção - Joanisa Prates
Pesquisa roteiro e produção - Ana Ferreira e Yuno Silva
Trilha sonora - Carlos Zens
Locução - Rodrigo Bico
Cordelista/poeta - Emmanoel Iohanan
Editor de áudio/sonoplastia - Eduardo Pandolphi
Técnico captação de áudio/sonoplastia - Rafael Telles

* Fonte: Nominuto.com - 17/out/2010, por Itaércio Porpino
Fotos: Yuno Silva e Joanisa Prates 

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☼ AS VOZES EM PROJEÇÃO NACIONAL

Os 300 anos de cores e sons da Vila de Ponta Negra poderão ser ouvidos em radiodocumentário. O projeto Vozes da Vila está em fase de edição e montagem. Ainda em outubro será enviado à Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub) para distribuição nacional entre rádios associadas. Em Natal poderá ser escutado nas rádios Universitária e Senado. 

O projeto foi aprovado no edital Prêmio Roquette-Pinto, da Arpub - com patrocínio da Petrobras e do Ministério da Cultura, que selecionou 40 projetos de todo o Brasil, destes, apenas 13 são radiodocumentários. E o único projeto potiguar aprovado foi o radiodocumentário Vozes da Vila, roteirizado por Yuno Silva e Ana Ferreira e dirigido e produzido por Joanisa Prates.

Serão seis horas de programa, divididos em 12 episódios de 30 minutos cada. Funcionará como uma espécie de registro sonoro e histórico de tudo o que a Vila de Ponta Negra tem para contar: as rendeiras de bilro, a luta pela terra, a invasão militar, os grupos de cultura popular, movimentos sociais, turismo, educação, sabores da vila, surf e pescadores, religião, festejos, lendas e histórias de Lobisomem.

"Antes de ser internacionalmente conhecida como principal cartão postal da cidade; antes de ser vista como destino turístico e/ou reduto boêmio; e bem antes de ir parar nas páginas policiais, a Vila de Ponta Negra já era um grande celeiro de Cultura e tradições que resiste ao tempo, a tudo e a todos. O bairro é guardião de uma história com mais de 300 anos, ainda pouco conhecida pelos natalenses", comenta o roteirista do projeto, Yuno Silva. 

Joanisa Prates destacou a experiência dos três envolvidos com o rádio. "Mas produzir um rádiodocumentário foi um desafio pra nós. Estamos cordelizando o roteiro para poetizar os relatos". Joanisa acredita na veiculação do projeto nas rádios locais até o fim do ano. O I Concurso de Fomento à Produção de Programas Radiofônicos / Prêmio Roquette-Pinto priorizou temas que valorizam a Cultura brasileira.

por Sérgio Vilar | Foto: Yuno Silva

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☼ VOZES MULTIFACETADAS

Radiodocumentário mergulha no universo cultural da Vila de Ponta Negra para compor um relato humano e poético 

Das histórias serem faladas e contadas a todo instante, na maioria das vezes quando olhamos para trás percebemos que não há registros dessas vozes que musicam o cotidiano entre conversas fi adas, sérias e mitos, que caracterizam a cultura de pessoas sobreviventes ao império da Modernidade. Foi com objetivo de registrar e contar para a própria Natal e para o Brasil inteiro a história da Vila de Ponta Negra, que foi idealizado o radiodocumentário Vozes da Vila.

O projeto foi o único do Rio Grande do Norte a ser selecionado no 1° Concurso de Fomento à Produção de Programas Radiofônicos/Prêmio Roquette-Pinto, realizado pela Associação de Rádios Públicas do Brasil (Arpub), com patrocínio da Petrobras e do Ministério da Cultural (MinC), recebendo o prêmio de R$ 20 mil para produção. Coordenado por Joanisa Prates, Ana Ferreira e Yuno Silva, o Vozes da Vila foi apresentado à Arpub pela Rádio Universitária FM, via Fundação Norte Rio Grandense de Pesquisa e Cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Funpec). “Fizemos o projeto e apresentamos à superintendente Josimey Costa, que gostou da proposta e concordou em inscrevê-lo no edital”, explicou a graduanda em Comunicação Social, Ana Ferreira.

O rádiodocumentário terá 12 episódios, de 30 minutos cada que serão veiculados pela FMU e por diversas rádios do país associadas à Arpub. Cada capítulo terá um tema diferente, retratando peculiaridades das histórias dos pescadores, das rendeiras, das lendas da Vila de Ponta Negra, dos grupos de dança e também da religiosidade, da culinária e da especulação imobiliária que toma conta da área. Os 12 episódios foram produzidos em 75 dias, e contaram com a participação de 40 entrevistados. A expectativa é de que à partir de novembro eles sejam veiculado nas rádios.

Ana Ferreira

A decisão por contar histórias sobre a cultura da Vila de Ponta Negra é resultado do interesse dos três idealizadores do projeto que também são moradores do bairro. Segundo Ana Ferreira, o objetivo é valorizar a memória e a oralidade de um povo, produzindo um documento sonoro da história de um bairro. “Todo mundo sabe que ele existe, mas e a história dele. Cadê a história dele?”, ressaltou Ana, além de destacar que tem aprendido muito com as histórias que ouviu. “Não é justo que a Vila que é mais antiga que o Conjunto de Ponta Negra seja o primo pobre. A vila não é só violência e drogas”, finalizou.

O radiodocumentário mostrará a realidade do bairro, contando as histórias da forma mais natural possível.  Para isso, os textos foram escritos em forma de cordel e a locução será feita pelo ator e professor Rodrigo Bico. O cordelista é o poeta Emmanoel Iohanan, e as músicas são da autoria de Carlos Zens. “Quisemos fazer da forma mais poética possível. O locutor servirá como guia turístico ao ouvinte”, disse Ana.

Ainda, segundo ela, o uso do Cordel como linguagem para os programas tem como objetivo caracterizar o Nordeste à partir dessa arte, que é uma linguagem que facilita o entendimento ao ouvinte, permitindo que ele
sinta da forma mais fiel possível o ambiente. “Gravamos entrevistas em que o som produzido pelos bilros das rendeiras, o entrar e sair de pessoas no ambiente de trabalho delas são fundamentais para a fidelidade da cena”, explicou Ana.

Histórias como a do senhor Manuel Manuelito que afirmou ter sido perseguido por um lobisomem ganham destaque e gosto popular. “Muita gente viu o lobisomem. Eles sabem até a reza que faz o homem virar lobisomem”, finalizou Ana. O grupo pretende ainda dar cópias dos episódios para as escolas de Natal, Bibliotecas e Instituto Histórico e Geográfico.

MEMÓRIA DA CIDADE RESGATADA EM SÉRIE

Maria Helena, afamada rendeira de uma estirpe de artesãs

Maria Helena Correia, 67, é professora aposentada e desde os 7 anos de idade faz renda. “Minha mãe também era rendeira. A gente fazia sentada no chão das calçadas, passava o dia todo nisso”, relembra Maria Helena. Dona Maria Helena afirmou que naquela época muitas mulheres iam a pé até a avenida Rio Branco, no Centro da Cidade, onde havia um mercado público para vender as rendas e frutas.

Maria Helena participou de cinco episódios do projeto. Mesmo exercendo a profissão de professora, ela  nunca pensou em largar os grupos das rendeiras e pastoril, que faz parte. “Eu morei aqui numa época em que não tinha água, nem luz. Era uma época mais feliz, em que a gente podia correr que não seria atropelada. Toda a comunidade era rendeira. Eu sinto falta de um ar mas puro, de inocência. A gente nunca pensou em ficar assim com tantos prédios”, explicou.

Ela relembrou ainda a época em que fez o curso de Treinamento de Professores Leigos, em 1964, no Atheneu, época em que o pau de arara de João Virgulino era o único transporte e só fazia o percurso três vezes ao dia. Nas vezes em que perdeu a viagem dona Helena teve que pegar ônibus até as proximidades do Estádio Machadão onde, à época, havia uma corrente que demarcava o final do território da cidade. À partir de lá, ela tinha que fazer a pé o percurso até sua casa na Vila.

Para Maria Helena, a comunidade da Vila cresceu, o que gera muito emprego para as jovens. “Hoje em dia elas que não querem perder a tarde inteira confeccionando uma peça para vender por R$ 30, quando elas podem trabalhar num hotel desses e ter um salário no final do mês. Temos novos costumes, novos hábitos de vida. Convivemos com pessoas diferentes, de línguas diferentes”, finalizou.

* Fonte: Novo Jornal - 30/set/2010
por Priscila Adélia Pontes | Fotos: Humberto Sales/NJ 

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☼ CULTURA NAS ONDAS DO RÁDIO

Já imaginou escutar além de música e notícia, um pouco da cultura do seu estado? Partindo de um ideal de resgate cultural é que a equipe do projeto VOZES DA VILA está produzindo um radiodocumentário, tendo como cenário para as gravações, a Vila de Ponta Negra, considerada celeiro cultural de Natal/RN. A comunidade está localizada junto a um dos mais belos cartões postais da cidade que é a praia de Ponta Negra.

Mestre Severino do Coco de Roda
Foto: Joanisa Prates

O radiodocumentário VOZES DA VILA trata-se de um projeto com seis horas de programa, dividido em 12 episódios de 30 minutos cada, que abordará aspectos e temas distintos como Cultura Popular, Pesca e Surf (Homens ao Mar), gastronomia (Sabores da Vila), turismo, educação, meio ambiente, urbanismo, lendas, crenças e religiões.

A produção do radiodocumentário está em andamento e o prazo para conclusão foi definido para o início de outubro, quando será enviado à Arpub – que irá distribuir nacionalmente entre suas rádios associadas. Ou seja, além do VOZES DA VILA ser veiculado pela Universitária FM (RN), o programa também será transmitido para todo o País.

Parabéns a equipe pela iniciativa!

* Fonte: Não eh um blog - 23/set/2010
por Lamonier Araújo (@lamonier)

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☼ ALÔ ALÔ VILA DE PONTA NEGRA

Projeto Vozes da Vila, único do RN selecionado pelo MinC no I Concurso de Fomento à Produção de Programas Radiofônicos - Prêmio Roquette-Pinto - produzirá seis horas de programa sobre cultura popular, pesca e surf, gastronomia, religiosidade e meio ambiente na Vila de Ponta Negra.

[clique na imagem para ampliar]


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☼ ROQUETTE-PINTO PREMIA O RN

O Rio Grande do Norte teve um trabalho premiado através do Prêmio Roquette-Pinto. Primeiro concurso de produção radiofônica no país, o Prêmio Roquette Pinto é um projeto da ARPUB – Associação das Rádios Públicas do Brasil, com o apoio do Ministério da Cultura e patrocínio da Petrobras, e visa estimular o aporte de novos conteúdos para as emissoras públicas, de quatro gêneros que estavam bastante desaparecidos do rádio brasileiro: radiodocumentário, radiodramaturgia, programa infanto-juvenil e rádio-arte.

O Prêmio

Quarenta proponentes foram selecionados e receberão cada um o prêmio no valor de R$ 20 mil (vinte mil reais). Os programas produzidos serão veiculados pelas emissoras públicas associadas à ARPUB e ficarão à disposição para veiculação em rádios não-comerciais. A previsão é de que os programas comecem a ser veiculados nas rádios públicas a partir de setembro de 2010.

Os ouvintes de rádio, que ainda são muitos, terão a oportunidade de ouvir programas premiados sobre diversidade cultural pernambucana (radiodocumentário), resgate da história e da identidade das mulheres negras (radiodocumentário), adaptações de contos de Machado de Assis (radiodramaturgia), mitos africanos (programa infanto-juvenil), experiências sonoras sobre a diversidade do cerrado (rádio-arte), entre muitos outros temas.

SOBRE O PROJETO

Radiodocumentário

VOZES DA VILA: a Rádio FM Universitária/FUNPEC (Fundação Norte-rio-grandense de Pesquisa e Cultura) produziu o programa sobre Ponta Negra, cartão postal de Natal RN que abriga uma tradicional vila de pescadores de origem agrícola e familiar. Antigos costumes e manifestações culturais resistem na sabedoria dos mais velhos, enquanto as novas gerações perdem o interesse com as constantes lapidações de sua identidade. O projeto mergulha nesse universo sociocultural para registrar os pormenores da comunidade.

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☼ DETALHES DA PRODUÇÃO

A narrativa do radiodocumentário VOZES DA VILA será um elemento importante para a compreensão do conteúdo, por isso será adotada locução despojada e animada, interpretada por ator experiente. Os textos serão rimados em formato de cordel e as entrevistas intercaladas por intervenções explicativas e objetivas (também em versos), fatores que irão manter o interesse do ouvinte e reforçar a contextualização do assunto abordado. O clima regional será reforçado por trilha sonora original, produzida por músicos potiguares.

Cortejo Cultural da Vila: Congos de Calçola
Foto: Joanisa Prates

As pesquisas sobre a origem e a cultura da Vila de Ponta Negra serão realizadas numa perspectiva interdisciplinar, através do olhar de diferentes áreas, na interface entre Comunicação Social, Ciências Sociais, Turismo, Arquitetura, Meio Ambiente e Artes, resultando na produção de um conhecimento que possa gerar um documentário contemplativo sobre passado, presente e futuro dessa região.

Apesar de diversificado, há características comuns no público alvo do radiodocumentário, como: interesse histórico, educativo e cultural; preservação da identidade cultural; preservação e divulgação de patrimônio imaterial; meio ambiente; conflitos sociais e urbanos; ocupação do solo; saneamento básico e turismo.

DIREÇÃO e PRODUÇÃO EXECUTIVA - Joanisa Prates
PRODUÇÃO, PESQUISA e ROTEIRO - Ana Ferreira e Yuno Silva
CORDEL e POESIA - Emmanoel Iohanan
LOCUÇÃO - Rodrigo Bico
TRILHA SONORA - Carlos Zens
EDITOR DE ÁUDIO - Eduardo Pandolphi
CAPTAÇÃO DE ÁUDIO e SONOPLASTIA - Rafael Telles
TRANSCRIÇÃO - Janaina Spineli
PRODUÇÃO AUDIOVISUAL - Mudernage

EPISÓDIOS

1. ERA UMA VOZ NA VILA... – introdução e apresentação, histórico, dados e estatísticas, contextualização e atualidades;

2. HOMENS AO MAR – pescadores, surfistas, início da relação comunidade x mar, atividade comercial e fatos históricos;

3. SABORES DA VILA – os quitutes que resistiram ao tempo, os primórdios da comunidade em torno das casas de farinha, especialidades culinárias, o contexto atual com a altíssima gastronomia mundial;

4. CULTURA POPULAR (PARTE 1) – origem, presente e futuro das manifestações culturais, a resistência dos grupos e a nova geração;

5. CULTURA POPULAR (PARTE 2) – detalhes sobre cada um dos grupos: Bambelô, Congos de Calçola, Boi de Reis, Coco de Roda, Pastoril e Lapinha;

6. LENDAS E HISTÓRIAS – o lobisomem, as lendas da comunidade contadas pelos mestres da cultura popular, histórias de pescador e personagens da Vila;

7. TURISMO E ECONOMIA – o potencial turístico, a beleza natural exuberante, a especulação imobiliária, degradação ambiental, poluição do mar, falta de saneamento, crescimento urbano desordenado e abismo social;

8. ARTES DA VILA – as rendeiras, atividades artísticas e culturais desenvolvidas no bairro: circo, teatro, dança, música, ponto de cultura, cineclube;

9. CRENÇAS E RELIGIÕES – a hospedagem do Papa João Paulo II, igrejas católicas, evangélicas, terreiros de candomblé, centros espíritas e reuniões budistas;

10. MEIO AMBIENTE E URBANISMO – a ocupação irregular do solo, a verticalização radical do bairro, os zoneamentos de áreas de interesses específicos, a complexidade urbana, a falta de espaços públicos de lazer e o ecossistema social;

11. MOVIMENTOS SOCIAS – projetos de amparo social, presença de instituições públicas e/ou privadas no bairro, atuação de ONGs, movimentos populares, voluntários, necessidades, novas iniciativas e projetos de segurança pública;

12. COMUNICAÇÃO POPULAR E EDUCAÇÃO – televisão pública na praça, fofoca comunitária, as primeiras escolas, os primeiros professores, o Patronato (internato católico), interação da Vila com Natal antes das construções de estradas.

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☼ CONTEXTO HISTÓRICO


Antigo conglomerado agrícola e familiar, a Vila de Ponta Negra assistiu de camarote sua primeira grande transformação com a mudança no meio de subsistência. No início da década de 1960, plantações foram destruídas pelo Governo vigente e existem relatos atestando que moradores chegaram a adoecer, e mesmo a morrer, pelo desgosto de ver sua terra ameaçada e destruída.

Cortejo Cultural da Vila: Congos de Calçola
Foto: Joanisa Prates

Desde então, as principais atividades econômicas passaram a ser a pesca e o comércio.

Atualmente, Ponta Negra concentra os principais investimentos imobiliários e turísticos de Natal e, dentro desse contexto, a cultura e a essência da Vila estão caindo no esquecimento dos natalense e dos próprios moradores do bairro. A maioria dos turistas não entra em contato com esse rico manancial de tradições, manifestações da cultura popular e atividades artesanais, e as novas gerações estão perdendo o interesse em perpetuar essas tradições devido a constante desvalorização de sua identidade cultural.

Sendo assim, VOZES DA VILA, propõe contar, em doze episódios, o universo sociocultural da Vila de Ponta Negra, buscando resgatar os pormenores de sua trajetória desde seu surgimento até os dias de hoje.

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☼ VOZES DA VILA

Antes de ser internacionalmente conhecida como principal cartão postal da cidade; antes de ser vista como destino turístico e/ou reduto boêmio; e bem antes de ir parar nas páginas policiais, a Vila de Ponta Negra é um grande celeiro de Cultura e tradições que resiste ao tempo, a tudo e a todos! O bairro é guardião de uma história com mais de 300 anos, ainda pouco conhecida pelos natalenses, que catalisa boa parte do que restou da empoeirada memória da capital potiguar.

Cortejo Cultural da Vila: Congos de Calçola
Foto: Joanisa Prates

Para descortinar esse rico universo que pulsa lembranças de pescadores, mestres e rendeiras, entra em cena o radiodocumentário VOZES DA VILA – projeto apresentado pela Universitária FM/Funpec ao I Concurso de Fomento à Produção de Programas Radiofônicos / Prêmio Roquette-Pinto. Realizado pela Arpub (Associação das Rádios Públicas do Brasil), com patrocínio da Petrobras e do Ministério da Cultura, o Prêmio selecionou 40 propostas de todo o Brasil, sendo 13 radiodocumentários, e o VOZES DA VILA é o único projeto contemplado no RN.

Serão seis horas de programa, dividido em 12 episódios de 30 minutos cada, que abordará aspectos e temas distintos como Cultura Popular, Pesca e Surf (Homens ao Mar), gastronomia (Sabores da Vila), turismo, educação, meio ambiente, urbanismo, lendas, crenças e religiões.

A produção do radiodocumentário está em andamento e o prazo para conclusão foi definido para o final do mês de setembro, quando será enviado à Arpub – que irá distribuir nacionalmente entre suas rádios associadas. Ou seja, além do VOZES DA VILA ser veiculado pela Universitária FM, o programa também será transmitido para todo o País.

O EDITAL
O I Concurso de Fomento à Produção de Programas Radiofônicos / Prêmio Roquette-Pinto selecionou 40 projetos de todo o Brasil, com temas que valorizam a Cultura brasileira, divididos em quatro categorias: radiodocumentário (13), radiodramaturgia (10), programa infanto-juvenil (10) e radioarte (7). Cada proposta recebeu R$ 20 mil para viabilizar sua produção.

Informações, entrevistas e contatos
Joanisa Prates – 84 8838-5881
Ana Ferreira – 84 8824-9155
Yuno Silva – 84 8827-2006

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☼ VÍDEOS - VOZES TV


Um dia em Ponta Negra mostra como é o cotidiano dos trabalhadores informais da praia. Com uma trilha sonora totalmente potiguar, o "curta-documentário" transcorre de maneira espontânea, buscando deixar evidente os personagens que atuam diariamente nas areias da beira mar.



As renderiras da Vila de Ponta Negra se reúnem todas as tardes na casa da Mestra Maria de Lourdes. Essa arte secular corre o risco de desaparecer em Natal pois a maioria das meninas, moças e mulheres não se interessam em aprender essa atividade que um dia foi muito rentável. Por que será que um bairro como Ponta Negra, que recebe milhares de turistas de todo o mundo, não consegue fazer da tradição uma fonte de renda para os moradores?



Congos de Calçola - Reduto Cultural, a Vila de Ponta Negra é guardiã de memórias e tradições transmitidas de geração em geração.

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☼ EQUIPE VOZES DA VILA


RADIODOCUMENTÁRIO ☼ VOZES DA VILA

Joanisa Prates
Direção | Produção Executiva

Ana Ferreira e Yuno Silva
Produção | Pesquisa | Roteiro

Emmanoel Iohanan
Cordel | Poesia

Rodrigo Bico
Locução

Carlos Zens [+]
Trilha Sonora

Eduardo Pandolphi
Edição de Áudio

Rafael Telles
Captação de Áudio | Sonoplastia

Janaina Spineli
Transcrição

Mudernage [+]
Produção Audiovisual

» Informações, entrevistas e contatos
» vozesdavila@gmail.com

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